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Mitos e Verdades sobre a Ressonância Magnética

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DA COLUNA

Dr. José Luiz Nunes Ferreira


A dor nas costas é uma das queixas mais comuns no dia-a-dia da população. Até 80% das pessoas já tiveram ou terão dores nas costas em alguma fase da vida. Ela pode ser leve ou pode ser intensa, passageira ou constante. Essa dor pode estar localizada na coluna vertebral, nos músculos, nervos ou se originar em outras estruturas da região. Na maioria das vezes uma anamnese detalhada e um bom exame físico são suficientes para se estabelecer a conduta. Porém em alguns casos é necessária a realização de exames como a ressonância magnética, que apresenta alta acurácia para o diagnóstico da patologia da coluna. Para esclarecer as principais dúvidas sobre a ressonância magnética no diagnóstico das dores de coluna, nós convidamos o doutor José Luiz Nunes Ferreira, especialista em radiologia.



Doutor, vamos explicar para os nossos internautas e para os nossos ouvintes quais as principais causas da dor nas costas?


Dr. José Luiz Ferreira – A dor nas costas pode ter inúmeras causas e frequentemente podem ser decorrentes de problemas posturais, espasmos musculares, estiramentos ligamentares, alterações degenerativas nos discos intervertebrais, levando a hérnias, protrusões e abaulamentos discais. Alterações degenerativas na coluna que eventualmente podem estreitar espaços por onde passam nervos e comprimir estruturas nervosas. Mas raramente doenças inflamatórias como espondilodiscites e tumores podem causar dores ósseas ou comprimir estruturas nervosas.


Como você mencionou anteriormente, uma boa anamnese e exames físicos são fundamentais. Exames de imagem podem ser utilizados na investigação da causa, mas os achados dos exames devem ser correlacionados pelo médico solicitante com os sintomas do paciente e os achados do exame físico. A avaliação inicial pode ser feita por um bom médico clínico, ortopedistas gerais, médicos do trabalho, reumatologistas, entre outros. Os casos mais severos, com sintomas neurológicos ou refratários ao tratamento, devem ser encaminhados para um especialista de coluna, geralmente um ortopedista ou neurocirurgião, um especialista em dor.


Olga Goulart – Doutor, e quais os exames mais solicitados para diagnosticar um problema na coluna?


Dr. José Luiz Ferreira – Os métodos mais utilizados são a radiografia convencional, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. A radiografia convencional é um método de baixo custo que fornece informações importantes sobre a anatomia óssea da avaliação panorâmica e verifica a presença de fraturas e artroses. A tomografia computadorizada avalia bem as partes ósseas, fornecem uma boa ideia das alterações discais e das partes moles em geral. A ressonância magnética é um exame mais completo, pois além das estruturas ósseas avalia bem os ligamentos, discos intervertebrais e estruturas nobres, como a medula espinhal e raízes nervosas.


Olga Goulart – No caso da dor de coluna, qual a vantagem da ressonância magnética com relação ao raio-X ou a tomografia?


Dr. José Luiz Ferreira – Não utilização de radiação ionizante que deve ser evitada na medida do possível é uma das vantagens da ressonância. As imagens da ressonância podem ser obtidas diretamente em qualquer plano, o que permite que os melhores ângulos para estudar as lesões sejam usados. Na coluna em poucas imagens sagitais podemos observar detalhe de um longo segmento da coluna, com várias vértebras e seus respectivos discos, a relação com a medula espinhal e raízes nervosas.


O contraste natural entre os tecidos e a sensibilidade para o líquido do edema são maiores na ressonância, isso possibilita obtenção de imagens com alta definição das partes moles nos melhores planos separando o disco intervertebral, liquor, medula espinhal e raízes nervosas. É possível evidenciar se existe edema ou sofrimento da medula, o que altera o tratamento e o prognóstico do paciente. Em resumo, obtemos imagens mais precisas nos melhores planos e com melhor definição.


Olga Goulart – Doutor, quais os achados mais comumente na ressonância magnética da coluna, esse seria o exame mais indicado para o diagnóstico, por exemplo, de uma hérnia de disco?


Dr. José Luiz Ferreira – Esse é o exame de imagem mais completo para a coluna. Através da ressonância magnética verificamos o estado da musculatura paravertebral, ligamentos, discos intervertebrais, raízes nervosas e medula espinhal, se há alterações degenerativas, traumáticas, inflamatórias ou tumorais, como os espaços por onde passam os nervos, se existe compressão de alguma estrutura neural etc. Sem dúvida é o melhor exame para avaliar as patologias discais.


Olga Goulart – Alguns exames de imagem, doutor, são realizados com aplicação daquele contraste venoso. É preciso utilizar este método no caso do exame da coluna?


Dr. José Luiz Ferreira – Aplicação de contraste em exames de coluna não é muito frequente. Geralmente é usado nos controles pós-operatórios, nas suspeitas de infecção ou de tumores, o que representa um grupo pequeno de pacientes.


Olga Goulart – Doutor, sempre somos orientados a levar os exames anteriores, no caso da ressonância também é importante levar os exames anteriores para que seja realizada com uma segurança maior a ressonância da coluna?


Dr. José Luiz Ferreira – É sempre interessante levar os exames anteriores de raio-X, tomografia e ressonância. Principalmente quando se trata de um controle de tratamento, podendo ser comparado com o exame atual. Os exames anteriores também poderão auxiliar na escolha do protocolo e técnica para a realização do exame atual.


Olga Goulart – A ressonância magnética é um bom método para avaliação, por exemplo, de pacientes que foram operados na coluna?


Dr. José Luiz Ferreira – Sim. É um ótimo método. Neste caso geralmente é empregado o contraste venoso. No pós-operatório de hérnia discal os tecidos cicatricial e de granulação realçam mais do que os outros tecidos, facilitando identificar o que é fibrose, inflamação, material discal e coleções. Nos casos de pós-operatórios de tumores, essas lesões realçam mais do que outros tecidos, facilitando avaliar se há ou não restos tumorais e qual a sua extensão.


Olga Goulart – Em quanto tempo o paciente recebe o resultado do exame de ressonância magnética da coluna, doutor?


Dr. José Luiz Ferreira – A rotina varia de acordo com os serviços, geralmente 3 dias, mas pode ser reduzido de acordo com a necessidade.


Olga Goulart – Ok. Dependendo da urgência deste resultado, não é?


Dr. José Luiz Ferreira – Exatamente.


Olga Goulart – Conversamos com o doutor José Luiz Nunes Ferreira, especialista em radiologia. Doutor, muito obrigada e até a próxima.


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